segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Sincerità (Non dire no)




Dire quello che vuoi,
Nulla potrà silenziare,
I sogni sono fatti per creare,
E credi che delle mie mani nulla si naufragherà.


Dai campi deserti Il silenzio macula,
Nulla di ciò che il tempo non possa portare via,
Alle debole paùre una mano amica potrà detronizzare,
Svuotare dalla bocca tutto Il fiele di tanti guai.


Sulla strada della solitudine,
Siamo tutti uguali,
Ma alle mani incrociate, tutto si raforza
Nella grande essenza della vita.


Amare da solo è cosi triste,
Amare solitario in due, è un vuoto
Davanti alle ombre, la vittoria non c’è.
Solo le nuvole avare nascondono il sole.


Tu ed io in questa canzone,
Per cosa ragione di più?
Se si tratta di non essere così,
E 'meglio dire di no.


L'amore che ci ha uniti
E 'l'amore che salva e costruisce
Chiedo che sia con me ovunque io vada,
Lasciare che il vento porti com se il tuo dolore.

L'amore che ci ha uniti
E 'l'amore che redime e costruisce
Non coltivare false lite,
Pace per seguirci in risate e malattia.


Amore che vola liberamente,
E 'l'Amore che mantiene la fiamma tremolante,
Vicino o lontano,
Su quale strada vuoi camminare?


Tu ed io in questa canzone,
Per cosa ragione di più?
Se si tratta di non essere così,
E 'meglio dire di no




Versão em português:

Sinceridade (Diga Não)

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Diga o que quiser,
Nada poderá calar,
Sonhos são feitos para criar,
E creia que das minhas mãos nada irá naufragar.


Dos campos desérticos o silêncio macula,
Nada que o tempo não possa levar,
Para medos frágeis uma mão amiga poderá destronar,
Desaguar da boca o fel de tantos dissabores.


No caminho da solidão,
Somos todos iguais,
Mas com as mãos dadas tudo se fortalece,
Na grande essência da vida.


Amar sozinho é tão ruim,
Amar solitário a dois é um vazio,
Diante das sombras não há vitória,
Só nuvens mesquinhas que esconde o Sol.


Eu e você nessa canção,
Pra quê mais razão?
Se não for para ser assim,
É melhor que diga não.


O Amor que nos uniu,
É o Amor que resgata e constrói,
Peço que esteja comigo onde for,
Deixe o vento levar sua dor.


O Amor que nos uniu,
É o Amor que nos resgata e constrói,
Não cultivemos falsa desavença,
Paz para seguirmos no riso e na doença.


O Amor que voa livremente,
É o Amor que mantem a chama cintilante,
Próximos ou distantes,
Qual estrada você deseja caminhar?


Eu e você nessa canção,
Pra quê mais razão?
Se não for para ser assim,
É melhor que diga não.


(Escrito por Wellington Fontes Menezes e revisão técnica de Chris Migliaccio)

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Locked Body


The world that has begun just ends here,
Now do not ask me to think about it or to stay,
A stone thrown into the lake will not return,
Thus do not ask me to believe.


I am not what you think,
I am not who you are ...


I believed I have done my best to your life,
Yes, I was sincere about what I know about loyalty,
Things like that you have never cared about,,
From your lips only disenchanted apathy and indifference.


I am not what you think,
I am not who you are ...


It all ended shortly after the start,
When I surrendered my expectations before your eyes,
Something inside me asked not to follow,
But it was too late and my heart no longer belonged to me.


I am not what you think,
I am not who you are ...


Now go ... Hold onto your foolish pride the best way you can,
You are now laid seven feet below and nothing is worth knowing about you,
Time is the cement of the deep wounds,
I rip my flesh but I will not hand over my heart.


I am not what you think,
I am not who you are ...



*


Versão em português:

Corpo Fechado

O mundo que começou finda por aqui,
Agora não me peça para refletir ou ficar,
A pedra atirada sobre o lago não retornará,
E desta forma não me peça para acreditar.

Não sou o que você pensa,
Não sou quem você é...

Acreditei fazer o meu melhor para sua vida,
Sim, eu fui sincero sobre o que sei a respeito de lealdade,
Coisas assim que você jamais se preocupou em saber,
Dos seus lábios somente desencantou apatia e indiferença.

Não sou o que você pensa,
Não sou quem você é...

Tudo terminou pouco depois do início,
Quando entreguei minhas expectativas diante dos seus olhos,
Algo dentro de mim pedia para não seguir,
Mas já era tarde e meu coração não mais me pertencia.

Não sou o que você pensa,
Não sou quem você é...

Agora vá... Sustente seu orgulho fútil da forma que melhor convém,
Jaz a sete palmos e nada me interessa saber a seu respeito,
O tempo é o cimento das profundas feridas,
Rasgo minha carne mas não entregarei o meu coração.

Não sou o que você pensa,
Não sou quem você é...


(Escrito por Wellington Fontes Menezes e revisão técnica de Chris Migliaccio)

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Vida (Ponto-e-Vírgula)




Eu vi a noite correndo pelos seus cabelos,
Eu vi a noite deslizando entre meus dedos,
Eu vi a noite levando alguns sonhos e desejos,
Eu vi a noite iluminando toda a cidade.


Não vamos acenar com desenganos,
O rio segue sempre sua direção,
A luz perene irradia sem destino,
As palavras já não são mais suficientes.


As contradições são amálgamas do espírito humano,
O Amor, o desejo, o desvelo, a culpa e o erro,
Tentativas e equívocos nas uniões e paixões avulsas,
Cores brotam e desabam vis-à-vis num estalar de dedos.


Subterfúgios em amores de polietileno,
Traços frigidos metamorfoseados em risos histriônicos,
Não há limites para abastecer todo o mercado afetivo,
Bye, bye e mais um fim de espetáculo.


A libido tolhida numa plataforma de esperança,
No parapeito da janela o teatro da lembrança,
Indagações e falsas incertezas pueris,
Sonhos, matéria amorfa e a descentralização da vida.


Verdade seja (parcialmente) dita,
O verbo é regido em primeira pessoa,
Na guerra tribal para a elevação máxima do ego,
O tacape é a autodefesa dos desvalidos.


A cada porta fechada,
A cada lanterna apagada,
A cada túmulo fechado,
Uma experiência não concretizada.


No jazigo sectário da memória,
O medo permeia com cólera em progressão,
Saltam dos lábios um bocado de inquietações,
Amores esquálidos na borda de fugacidade.


Comércio de almas esbranquiçadas,
Tingidas pela apropriação narcísea,
Entre a indiferença e sentimentos mesquinhos,
Pintamos um horizonte de frágil meia-vida.


Sem piedade, a noite não dura mais que uma noite,
Os olhos abrem e ocorre a invasão da realidade tilintante,
A visão silenciada da rua aflora com um rosto pálido de vazio,
A paisagem banal eterniza um recorte do cotidiano.


*
(Marília, 23 de novembro de 2010.)

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Clonazepam (São Paulo dos Alagados)




Sob o soar de cada coisa,
Tudo parece bem inaudível,
Olhar corriqueiro ao portão,
Olhar esguio diante dos ponteiros.


O falso silêncio que faz afrontar,
Corpo banhado em vento abafado,
Pontos celestes apagados em cruzamentos fechados,
Desequilíbrio reinante de uma cidade em contradição.


Rivalizar com o tempo na indecisão do guarda-chuva,
Dores amalgamadas a fogo e carvão,
Boca banguela como centelha na escuridão,
Outra vez?... Semente certeira de cefaléia.


Pára-anda-pára-pára em dias exauridos de verão,
Anseios e ações esvaziadas em sonatas pedantes,
Indagar aos Céus: “Ser matéria, alma ou água?”,
A vida bóia sob o toque de recolher em prestações a vencer.


Débil novela de rumos descontentes e distraídos,
Solos de promessas políticas que emocionam uma latrina,
Espelho turvo que não contém nenhuma vivacidade,
Fragmentos dolorosos de imagem subliminar.


Cada cidadão caminha solitariamente em bloco,
Acotovelando o “inimigo” mais próximo e frágil,
Reduzindo-se num delimitado espaço narcíseo,
Assim caminha a “filosofia” contemporânea.


Da janela cai água,
Do retrovisor cai água,
Do semáforo cego cai água,
Da extremidade dos olhos brota um pequeno rio marejado.


Das flores agora reina um pasto,
Dos córregos resta a visão unificada de um colossal oceano,
Da esperança afogada basta um livro de auto-ajuda,
Da vida... O que emerge é um mar de indiferença.

Na rotina do céu cinza-paulistano em início de noite,
Mais um dia de inundação na poderosa metrópole de papel,
Horda civilizatória de transeuntes abandonados e atônicos,
Tanta modernidade que não cabe numa única gentileza.


Contestar? Não, não... Melhor dizer “não sei”,
Enxugar os pés e abrir uma suculenta caixa de clonazepam,
“Sorria, amanhã será diferente!”,
(Eis a notícia dada num telejornal local.)


*

(Ilhado num verão paulistano, 18 de janeiro de 2011.)