domingo, 7 de abril de 2013

Diante da Tempestade



Querida, hoje sei que a verdade não está lá fora,
Talvez a ansiada verdade até demora,
Até chegar ao seu coração que a realidade ignora,
Não há prazo derradeiro para tanta distância agora.

Querida, seus anseios eu sei tão bem,
Seus medos já foram tão manipulados,
Os seus olhos foram tão marejados,
Que tanta dor possa sair do seu coração.

Eu sei que o amor está aprisionado,
Eu sei que a maldade levou sua coragem,
Eu sei que nada parece valer a pena,
Tantas palavras foram levadas pela tempestade.

Querida, nossa história não poderia ser assim,
Cortaram nossos laços com tanta crueldade,
Disseminaram o ódio só para nos perder,
No interstício entre o Céu e o Inferno.

Nada poderia ser dito sem alguma razão,
Todas as palavras foram transmitidas para o seu olhar,
Não se afugente na escuridão agonizante da alma,
Sempre lhe quis para bem além do que você imaginou...

Gostaria que não aceitasse tão passivamente,
O calabouço inglório do destino ingrato,
Temos ainda muito a dizer, sentir e viver,
Por que perder mais tempo com a destemperança da maldade?

Sei o quanto o seu coração foi castigado,
Boa parte disto eu levei toda a culpa pelo infortúnio,
Sou inocente e jamais fui concedido uma única defesa,
Réu à revelia, tanta injustiça que magoa e empalidece minha alma.

A mentira cegou a luz ingênua dos seus olhos,
As falsas palavras e as situações sabotadas,
O veneno amargo que calou seus lábios,
E contaminou a esperança de dias mais significativos.

Sou como o cavaleiro que cumpre o destino,
Levar a verdade é uma arte que sempre fatiga e castiga,
Levar o amor sempre afastado pelas mãos do demônio,
Trazer a luz para que novamente brilhem os seus olhos.

O tempo escorrega lentamente para fazer nos enganar,
Tantos sortilégios impiedosos foram para agredir e maltratar,
Não deixe que tanta perversidade abale o nosso destino,
Saiba que o meu amor continuará o mesmo até o ultimo cair do crepúsculo.