Diante do seu silêncio que castiga,
Nada, nada disso se justifica!
Quem sempre lhe estendeu a mão,
Agora vive nesta ingrata solidão.
A tristeza que me abate,
Conduz uma angústia pulsante,
Dias sem sabor em turvo horizonte,
A saudade oprime numa espera estafante.
Há muros que nos afastam,
Há equívocos que nos dividem,
Há posturas que nos maltratam,
Há rumos que precisam ser corrigidos.
O silêncio é como uma floresta fechada,
Densa e sem espaço para movimentação,
Um medo que exala do seu interior,
Um atroz pavor que macula o coração.
Viver a vida é abrir mão da vaidade,
É preciso o olhar atento no espelho,
É necessário reconhecer a própria esfinge,
A tática da distância não ajuda a atingir a verdade.
Não se cultiva o amor,
Sufocando a sua existência,
As mãos procuram os dedos com clamor,
O silêncio faz nutrir a sua resistência.
Por que silenciar se as boas palavras,
Tem frutos adocicados para saciar a fome e os medos?
Caminhos que precisam fazer contorno diante das pedras,
Abraçar a confiança entrelaçando os dedos.
Somos dois, mas podemos ser tão únicos,
Unidos na fé e no amor como guia,
Sem alimentar fantasmas que nos deixam fracos,
A tristeza se banhará em felicidade neste dia.
Somos dois, mas podemos ser tão singulares,
Unidos na certeza que o futuro só dependerá de nós,
Sem acreditar na fuga refugiada no silêncio atroz,
Somos dois, mas juntos podemos ser maiores!
Enfim, a verdade e a justiça não podem ser enjauladas.
As palavras precisam ser desembrulhadas,
As palavras não podem ficar emudecidas,
As palavras carecem ficar esclarecidas.