domingo, 13 de junho de 2021

O silêncio é castigo



Diante do seu silêncio que castiga,

Nada, nada disso se justifica!

Quem sempre lhe estendeu a mão,

Agora vive nesta ingrata solidão. 


A tristeza que me abate,

Conduz uma angústia pulsante,

Dias sem sabor em turvo horizonte,

A saudade oprime numa espera estafante.


Há muros que nos afastam,

Há equívocos que nos dividem,

Há posturas que nos maltratam,

Há rumos que precisam ser corrigidos.


O silêncio é como uma floresta fechada,

Densa e sem espaço para movimentação,

Um medo que exala do seu interior,

Um atroz pavor que macula o coração.


Viver a vida é abrir mão da vaidade,

É preciso o olhar atento no espelho, 

É necessário reconhecer a própria esfinge,

A tática da distância não ajuda a atingir a verdade.


Não se cultiva o amor,

Sufocando a sua existência,

As mãos procuram os dedos com clamor,

O silêncio faz nutrir a sua resistência.


Por que silenciar se as boas palavras,

Tem frutos adocicados para saciar a fome e os medos?

Caminhos que precisam fazer contorno diante das pedras,

Abraçar a confiança entrelaçando os dedos.


Somos dois, mas podemos ser tão únicos,

Unidos na fé e no amor como guia,

Sem alimentar fantasmas que nos deixam fracos,

A tristeza se banhará em felicidade neste dia.


Somos dois, mas podemos ser tão singulares,

Unidos na certeza que o futuro só dependerá de nós,

Sem acreditar na fuga refugiada no silêncio atroz,

Somos dois, mas juntos podemos ser maiores!


Enfim, a verdade e a justiça não podem ser enjauladas.

As palavras precisam ser desembrulhadas, 

As palavras não podem ficar emudecidas,

As palavras carecem ficar esclarecidas.