
As palavras são frutos sonoros e profanos do silencio,
Palavras vão além da mera frieza simbólica e assemelham-se as sombras,
Mesmo destituídas de alguma presença material,
Atravessam rios, pontes, edifícios, corações...
Sem tocarem em nenhum objeto alado ou concreto.
Poderão desconstruir todo um sólido e egocêntrico castelo,
As palavras são como faca em brasa ácida sobre a manteiga,
Podem queimar as mãos e escorrer manchadas pelo tempo.
Palavras que inflamam a luta dos bravos,
Palavras que explodem a loucura da malta,
Palavras que fazem descongelar corpos saciados ao chão...
Palavras largadas na beira da praia,
Palavras soturnas, caladas ou sufocadas,
Enfim, apenas palavras na peleja da solidão em noite vagante.