Espaço dedicado à análise, reflexão e crítica dos enlaces, desarranjos e autofagias do homem (i)material e o desencanto do mundo contemporâneo.
sexta-feira, 30 de agosto de 2013
Nó
A palavra presa na garganta,
É como um rio que não desemboca no mar,
a chuva que não precipita nenhuma gota d´água,
o corte que não sangra,
o amor que não flui...
Encarcerado em sua própria condição.
quinta-feira, 29 de agosto de 2013
Saudade
A Saudade não é uma palavra,
mas um sentimento expresso...
Sintoma de uma dor latente
que finge ser vocábulo
para se esconder dentro do dicionário.
Anteparo
Passa o tempo, mudam-se as fórmulas, tocam-se os conteúdos,
Alteram-se as regras, alternam-se as cores, reelaboram-se as aparências...
A única coisa que se deve permanecer é a essência.
Nada poderá ser difícil de mudar.
Tudo pode parecer verdadeiro até que uma nova verdade se estabeleça no lugar...
Tal essência é o nosso próprio sintoma.
segunda-feira, 19 de agosto de 2013
Os Três Pinguins
Numa casinha bem
branquinha,
Caia uma neve bem
mansinha.
Dentro dela havia três
pinguinzinhos com muito frio,
Cada um ao seu jeito
procurava fazer algo para espantar o martírio.
O pai caminhava impaciente
para aquecer bem sério,
A mãe rezava sem cessar
para o sol aparecer sem mistério.
E por fim, o filhote que brincava
de aparar com o bico e jogar numa panela,
Os leves flocos de neve
que caiam bem diante de sua janela.
sábado, 17 de agosto de 2013
Retalhos
na penumbra do silêncio,
no calabouço do tempo,
a Verdade é tudo que (ainda) resta.
Apesar disso,
é a primeira a ser
sacrificada,
ocultada,
encarcerada,
suprimida...
E por fim,
seguirá sendo a última
a ser libertada.
A verdade,
ou o que restará dela.
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