
Um rio sem riso,
Um rio de perplexidade,
Um rio rubro de estupidez,
Um rio em Realengo de agonia inocente.
Da barbárie cotidiana,
Insana e injustificável,
Selvagem e monstruosa,
O interdito da vida de pequenos inocentes.
Há uma sociedade que chora,
Há uma sociedade que diz se "lamentar",
Há uma sociedade que diz "sentir muito",
Querendo ou não, parimos o que construímos.
Da cidadania de papel ao papel dos psicopatas,
Da polícia da repressão ao concubinato com o crime,
De políticos de fachada à corrupção sorrateira,
Olhando para o espelho: quem se importa com alguém?
E quando tudo é mera ficção?
Quando a ficção se fantasia de uma lógica impensada,
E quando tudo é mera realidade?
Quando a realidade se submete a uma lógica selvagem.
Quantos doentes foram fabricados em cada verba desviada,
Quantas vidas sofreram famélicas em cada gestão fraudulenta,
Senhores políticos, sejamos honestos (que tarefa árdua!):
Poupem-nos de suas lágrimas de tiranossauro!
Da mídia que tanto pede e implora por insanas audiências,
Fartou-se torrencialmente dianto de um jorro de bestialidades,
Aos imediatistas que se promovem com estúpidas carnificinas,
Encarem os corpos de jovens vítimas dos "pós-modernismos" patéticos.
Uma ode às insanidades do americanismo cultural belicista,
Aplausos para os senhores colonizados na cultura enlatada,
Agora com a "felicidade" que (já) estamos no "Primeiro Mundo":
Abra alas aos ceifadores anônimos da “nuestra” pátria tão gentil!
Um insano e sua arma no delírio narcísico do micro-poder,
Um gestor público e sua caneta fascínora delineando o desvio do erário,
Um capitalista e sua sanha cafetina e voraz pelo suor alheio,
Quem é mais assassino em suas práticas cotidianas?
O que dizer quando a barbárie interior redige a sua cartilha?
Na acefalia pós-moderna, em vão foram os avisos de Adorno,
Repetimos cínica e exaustivamente uma putrefata Auschwitz,
O tilintar da pedagogia macabra da Columbine à brasileira.
Carecemos mais de afagos, mãos unidas e apaziguamento,
Carecemos mais de paixão, sentimento e sensibilidade,
Carecemos mais de compreensão, justiça social e solidariedade,
Dinheiro e sangramento, não!... Simplesmente um pouco mais de amor!
Da dor, que se atenue,
Da revolta, que se conforte,
Aos familiares, nossos pêsames,
Aos filhos, que sejam acolhidos na Paz!
Um comentário:
Louvável como abordou o assunto, principalmente os falsos pesames midiaticos, que "sofrem" pra explorar a siuação.
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