sábado, 18 de junho de 2011

Aforismas (III)



Engodo
A mentira é a inútil espera por alguma verdade,
Que escorre rasteira em lábios macios,
Desce pelo limite dentre a razão e o desespero,
E morre no chão de forma inútil e torpe.


Pós-modernidade
O desafio de preencher a vida com tantos vazios,
Que o dia deixa de tropeçar em algo mais útil,
Não tendo muita hesitação em buscar algo melhor,
Seja por tédio, dolo ou mera comodidade.


Nulidade
Quantas almas viventes em castelos de cristais,
Verbalizam palidamente que querem “amor”,
Mas a realidade maquila-se de maneira reversa,
Sobreviver na expectativa de libertar-se desta vã fantasia.


Ternura
Entre o olhar, o som, o toque e os lábios,
São as básicas vias de acesso ao coração,
A vida não é apenas sentir como matéria embrutecida,
É o tinir da sensibilidade de tudo que envolve a percepção.



O mundo da vasta e odiosa cretinice,
Caminha sorrateiro com os gestos de boa índole,
Logo é salutar conhecer muito bem o trigo,
Para não se perder nas promessas fáceis de tanto joio.


Silêncio
O sabor que reside calado na boca,
É um sabor vil que lapida a espera,
Querelas de anseio que sufoca,
Desejos fustigados e latência que impera.


Mis amores
Esa flor la naturaleza del deseo,
Echar raices profundas en su corazón,
Lo que Le permite volar libremente,
En labirinto de las emociones.


Libertinaje
Tus labios son mi veneno
Que se extiende el deseo tácito,
Quiero tu cuerpo como un talismán,
Biliar y el fuego en mi piel.

Um comentário:

Anônimo disse...

UM TEXTO BRILHANTE EM CRIATIVIDADE E TALENTO!!!