Espaço dedicado à análise, reflexão e crítica dos enlaces, desarranjos e autofagias do homem (i)material e o desencanto do mundo contemporâneo.
sexta-feira, 21 de outubro de 2011
Cálice
Raras as fontes onde se é possível mergulhar
Com tanto ímpeto sem hesitar.
Não se pode agigantar gratuitamente o medo
Sob pena de sucumbir a ele.
Aguardar ser superado todo o anseio preliminar
Sem deixar um gosto ligeiramente acre nos lábios.
Aquilo que é velado,
Carece aderir a uma atmosfera mais libertária.
Para cada cálice embebido,
Que seja sorvido lentamente aflorando o desejo cutâneo.
Para cada gole ingerido,
Que seja sentido como se fosse exclusivamente o derradeiro.
Para cada vontade revelada,
Que seja transgredido tudo aquilo que foi proibido,
Livre de toda culpa cravada na memória,
O céu da boca é onde desemboca um oceano de acontecimentos,
Melhor se afogar no cálice do desejo interditado,
Que morrer na secura da ignorância autorizada.
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