Espaço dedicado à análise, reflexão e crítica dos enlaces, desarranjos e autofagias do homem (i)material e o desencanto do mundo contemporâneo.
quarta-feira, 22 de abril de 2009
Retrato do Herói
Quem precisa de um herói?
Um país, uma cidade, uma mulher?
Quem sangra pelo outro?
Quem morre por uma causa?
Não é necessário um uniforme,
Capa nas costas e máscara nos olhos,
Não precisa saltar prédios, pontes ou construções,
Para ser um herói.
Não precisa combater nas trevas,
Não carece pular sobre clarabóias,
Esmurrar ladrões insanos ou pés-de-chinelo,
Para ser um herói.
Não é fundamental ter identidade secreta,
Cabide telefônica ou caverna oculta,
Cueca sobre a calça ou surgir de outro planeta,
Para ser um herói.
Os heróis não são de aço ou titânio,
Tampouco guarnecidos com chapas de ferro e chips eletrônicos,
Um herói é de carne e sangue,
Com coração e ossos que podem ser partidos.
Aquela mulher que acorda na alta manhã,
Veste-se rapidamente, troca o filho e faz o café,
Segue a caminhada até o trabalho e lá permanece por horas a fio,
É uma artífice do heroísmo.
O homem preso no andaime ou atado à beira do fogão,
O condutor que carrega vidas ou aquele que maneja o bisturi,
O lutador que transpõem o ofício das letras ou abraça uma criança,
Um herói involuntário tanto quanto se faz necessário.
O que faz um herói ser um herói?
Não é a postura ou a prepotência,
Poderes mágicos ou a força bruta generalizada,
É o coração solidário que bate no peito do herói.
Nas trevas, imerso em temporais ou sob o Sol à pino,
Suas convicções nunca esmaecidas ou traídas,
O senso de justiça e coragem,
Em busca de um mundo de plena igualdade.
No entanto, numa sociedade de exploração,
Ser herói é aquele que sobrevive um dia adicional,
Na guerra travada pela angústia inata do oxigênio social,
Ser herói é permanece vivo diante de tantas tempestades.
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