Espaço dedicado à análise, reflexão e crítica dos enlaces, desarranjos e autofagias do homem (i)material e o desencanto do mundo contemporâneo.
sábado, 15 de dezembro de 2007
Louvação (Lúdica Toada)
"Para que cantarei nas montanhas sem eco
As minhas louvações?
A tristeza de não poder atingir o infinito
Embriagará de lágrimas a minha voz".
(Vinícius de Moraes)
Quando meu Bem resolver
Descer de seu inatingível pedestal
Irei ao seu encontro.
Com um sorriso extático,
Uma rosa na mão
E uma lágrima na face
Estenderei meus braços o máximo possível...
Minhas cambaleantes pernas seguirão a luz esmeraldina,
Em sua direção, a cada passo dado
Será um latejar de felicidade em meu coração
E a cada centímetro que aproximar
Será uma chaga fechada
Em meu peito circunavegado de marcas indeléveis.
Ah, doce Ninfa!...
Quando resolver colocar a maciez de seus pés neste solo,
Onde os mortais são secularmente dilacerados,
Como o joio que sufoca o vindouro trigo,
Tempestade silenciosamente suicida,
Personificação do febril inferno de Dante...
E sob a noite que encobre a pálida solidão
Estarei a lhe buscar...
Em delírio, observarei estaticamente sua face,
Esboço pueril do brio que despoja minha alma...
Caso tiver sido digno de seus olhos,
Repousarei minha mão em seus dedos cor-de-algodão
E, sonoramente, recitarei ao seu ouvido:
“Eu te amo!”
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário