domingo, 19 de agosto de 2007

Em busca de uma canção de felicidade


Na ausência absoluta da palavra
Fico a imaginar no que fazer,
No destempero da angústia das horas
Reduzo-me a um invólucro adiabático,...
Inerte, lacrado em aflição,
Finto a solidão por meio de seu semblante
No infinito horizonte,
No desconforto de minha alma.
Anseio a resposta duradoura
Que possa de alguma forma porvir
Um sorriso nascedouro em seus rubros lábios.

Como enaltecer a sua razão
Se minhas ações se limitam
Em parcos gestos monossilábicos?
Indistintamente, recomponho medo e lucidez
No cerne abatido de meus sentimentos.
Fugaz é o último segundo do êxtase existencial,
No resplandecer da aurora dos acontecimentos,
Fomentar o seu ânimo
É uma tarefa que o oferta meus ombros,
Designa fascínio encargo,
Transformando em um desejo de ardil metáfora.

Se a intranqüilidade tinge seu coração
Com cores medonhas e escárnios indissolúveis,
Há de repousar sobre o manto da desolação
Uma hercúlea tendência a suportar
Dias indóceis, dias amargos,...
E em silêncio, rogo às têmporas divinas
Um bálsamo de esperança
Que afague suas inquietações,
Apagando a triste composição da angústia.

Há de sublevar sob seus pés
O ressurgir de uma singela alegria,
Uma toada recitada em harmonia com seus olhos,
E um jardim de rosas campestres a lhe envolver.
Neste dia, esmeraldina Ninfa,
Observará seus sonhos transbordados de realidade
E a Paz adormecerá diante do prisma do seu olhar...

A lágrima que percorrerá a sua face,
Será a minha lágrima lhe desejando felicidade!

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