Manhã de Sol dos dias incompletos,
Domingo de frieza angular,
Desperto com Djavan ao longe,
Entre livros e pensamentos soltos está a cama vazia.
Da janela como um quadro de cores pálidas,
Ruas de pouco movimento e o silêncio se torna uma sinfonia,
Ocasionalmente alguns automóveis quebram a rotina monolítica,
Sinto ficar sem palavras para descrever um olhar lânguido ao longe.
A pergunta que é feita para os ponteiros do relógio,
Quando o tempo desacelerar e deixa de castigar,
Congelar até petrificar os grânulos da ampulheta do tempo,
Até quando seu semblante ausente se faça presente?
Quando o seu corpo se isola,
Dentro de conhecidas muralhas de longa dor,
O desatino Sol que brilha lá fora,
Não aquece os lábios torrentes aqui dentro.
No peito há a fervura da intensidade,
Daquela sintonia única por nós conquistada,
Aquele toque que faz a epiderme trêmula,
Sentimentos velados que fazem alterar a cor do seu olhar.
Hoje o dia poderia ser azul,
As nuvens se unido como um imenso algodoeiro,
Mas a realidade é mais árdua que aparenta,
Eu, você, nós... Pronomes tão fragmentados!
No limite de cada hora ausente,
Estilhaços resultantes de pequenos vidros cortantes,
Que rasgam discretamente cada movimento dos ponteiros,
A pele delineada por filetes vermelhos de estática espera.
Sobrevivo aos dias e vivo a encarar demônios,
Sabor acre navegando na boca seca,
Semente da presente ausência da tez de suas mãos,
Desejos castrados por ansiedade e medo.
Diante da janela o Sol destaca uma cor opaca,
Brilha sem aquecer o que está ao meu redor,
Púrpuras lembranças que agora desunem lábios,
A solidão do cálice vazio já embriagado.
Ausência presente de tempos retorcidos,
Flâmula apagada de olhos cerrados,
Estendo minhas mãos na tentativa de clarear seus dias,
Desperte! O Sol lá fora e o Amor tinindo aqui dentro.
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