quarta-feira, 21 de maio de 2008

Telegrama


Quando no silêncio de sua cama,
Estiver com os olhos abertos à meia pálpebra,
Com o pensamento velejando ao longe,
Lembre-se que não estará sozinha.

Quando a companhia do travesseiro,
Não esteja mais sendo suficiente,
E o diálogo invisível deixar de ser satisfatório,
Lembre-se das minhas mãos afagando seu rosto.

Quando o temor cerrar seus olhos,
Receosa de algum indigesto sonho ruim,
Que possa disparar a angústia do seu coração,
Lembre-se que estarei velando o seu sono.

Quando tocar em suas mãos,
Sentir que elas estão mais secas e frias,
Se uma corrente de ar gélido invadir o seu quarto,
Lembre-se do meu calor aquecendo seus dedos.

Quando a cabeça e as preocupações sentirem o peso dos dias,
A insegurança bater mais do que deveria,
Palpitar aceleradamente o frenesi cardíaco,
Lembre-se do meu abraço protegendo o seu corpo.

Quando fantasmas e abutres rondarem o seu espaço,
Invadirem o terreno de suas dores,
Dispararem o alarme da ansiedade,
Lembre-se que estarei guardando a sua alma.

Quando despertar no meio de alguma madrugada,
Cansada e sentindo o corpo com calafrios,
Se alguma lágrima correr do canto dos seus olhos,
Lembre-se que suavemente colherei cada gota a deslizar.

Quando o ritmo dos dias cansarem suas pernas,
O corpo já não conseguir render as expectativas,
Veja que alguma coisa estará lhe dizendo para não se maltratar,
Lembre-se que minhas palavras buscando o caminho da tranqüilidade.

Quando acreditar que sozinha vencerá todos os obstáculos,
Mas são tantas pedras que ninguém as retira em solitude,
O pior dos caminhos é quando viramos ilhas,
Lembre-se que meus olhos sempre foram pontes para cada dilema emergido.

Quando o sorriso para o mundo,
Não corresponde à alegria verdadeira da alma,
É provável que alguma coisa não esteja em sintonia,
Lembre-se que a verdadeira Paz é aquela sentida pelo coração.

Não esqueça que não são meras metáforas que tingem o papel,
O tempo sempre tem algo a nos dizer,
Segredos que muitas vezes demoramos a entender,
Lembre-se que a distância nunca foi uma boa conselheira.

O Amor não é um bicho de múltiplas cabeças,
A vida não pode ser uma tormenta sem fim,
Os fantasmas internos não podem festejar todos os dias,
Lembre-se que em algum momento poderá emanar um sorriso.

Um dia a saudade vem,
No outro dia também,
Se alguma palavra atingir a sua alma,
Lembre-se que é o meu Amor tocando em seu coração.

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