quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Castigo


Deixe-me ir
preciso andar
vou por aí a procurar,
Rir pra nao chorar.
("Preciso me encontrar", Cartola)

Tarde vazia imersa de uma indescritível ausência.
Badalam sinos ao longe,

Como se fosse à última chamada para algum ermo lugar...

Não sei para onde ir agora,

Não sei para onde você se foi,

Não sei os motivos que a levou selar seus lábios...

Hoje tudo é castigo.


Da janela do trem,
A paisagem trafega lentamente de um ponto a outro,
A sua imagem repetida vezes passam em minha mente,
Quais os pecadilhos que fizeram nos afastar?
A crueldade fez distanciar as nossas mãos,
Minha voz já rouca não chega até seus olhos que tanto precisa ouvir,
Que o tempo não distingue o tamanho dos erros...
A cada imagem uma lembrança da saudade incontida.

O sol bate na minha cabeça,
Porém não é o suficiente para iluminar o caminho para o seu abrigo,
Tudo parece ter sido tragado pelas trevas,
Anseio e não consigo tocá-la,
Sinto-me pálido com o sangue preso nas veias...
A lágrima que secou sobre a face,
Atado, sinto-me uma angustiante impotência.
O amor quando em estado de tormento,


Sangra até a raiz da nossa essência,

Não sei o motivo de tanta fuga dispersa e silenciosa,
Sinto a dor percorrida no peito que enrijece todos os meus músculos,

Calam minha alma trancafiada,
Cultiva as flores opacas do meu jardim de pesadelos,

E fecho pausadamente meus olhos,

Até quando permanecerá tamanho castigo?

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