Espaço dedicado à análise, reflexão e crítica dos enlaces, desarranjos e autofagias do homem (i)material e o desencanto do mundo contemporâneo.
sábado, 20 de outubro de 2007
Eclipse
Não consigo pensar em nada que difere do passado.
Fico dias,
semanas,
meses...
Procurando uma resposta para questões mal formuladas.
Eis, a grande e derradeira questão:
Não consigo elaborar a pergunta
que tanto anseio resposta.
Sinto angústia com esta inércia mental.
Segue então uma circular procissão:
Penso,
penso,
penso...
Pensamentos
que não chegam a lugar algum!
Reflexões de um inexorável vazio.
As idéias são de um capricho único.
Teimam em ascender-se,
massacrando seu interlocutor
sob a forma mais vil possível.
Pasteur e seu apelo às mentes preparadas.
Fico com o apelo às mentes persistentes.
As danadas não caem do céu,
muito menos são pulgas.
Então,
porque não aparecem
quando mais necessitamos?
E, quando aparecem,
(quando aparecem!)
precisamos domá-las com cautela:
Formulamos
hipóteses brilhantes,
teorias espetaculares,
teses incríveis...
Mas, mesmo assim,
podemos estarmos,
desastrosamente,
ERRADOS!
Não posso desistir,
tenho que resistir!
Preciso manejar a paciência,
e não contar com a esperança.
Ser conduzido com este guia
- a tal Esperança;
é se deixar perder em
melancolia,
frustração,
depressão.
(Ironicamente, apesar disto,
é a única companhia que tenho.)
Pobre...
é aquele que não é beneficiário da sorte,
carente de perspicácia,
subproduto de um intelecto frágil e fragmentado,
ignorante das lições do passado,
míope das ações do presente,
estúpido em relação ao futuro,
e têm, como mártir, a famigerada esperança...
Logo,
sou um mendigo...
Perambulando por um vácuo cerebral,
regido por uma crença quase irracional,
fustigado pelo Tempo,
abatido pela apatia...
Conviver com a triste condição
de ser um humano,
um simples e mortal
HUMANO.
Dependente de uma outra condição:
a de produzir e promover
meus parcos pensamentos.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário