segunda-feira, 23 de julho de 2007

Ainda sigo meu caminho


Por que ainda não me deploro completamente com a deslealdade dos homens?
Talvez invadido pela ingenuidade emulsiva de uma revolução invisível,
Ainda não me faço de vazio perante a tormenta,
Na plenitude do meu horizonte inebriado de neblina e banais pústulas,
Sigo à pino a luz da candeia dos meus ideais.

No Sol e na lama,
Na noite escura mergulhado numa rarefeita atmosfera,
E na última réstia de mágoa,
Ainda recolhendo do que resta em rabiscos de páginas.
Eu sigo meu caminho.

Peregrino na altitute das nuvens,
Sem a falsa veleidade de pífios valores,
Sem apostar nos créditos diante da clausura de derrotas,
Sem as trombetas ensurdecedoras da apatia convulsiva.
Eu sigo meu caminho.

Nada parece ser visível o que me consome,
Há uma perene flama que lateja,
No meu peito e na alma em cativeiro,
Rondo o meio-fio das águas.
Eu sigo meu caminho.

Na limítrofe liberdade do curso dos rios,
O silêncio profundo que ostenta minha dignidade.
Passa o tempo e estiolam as cores...
E mesmo assim, embriagado de alguma esperança,
Ainda sigo meu caminho.

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