Espaço dedicado à análise, reflexão e crítica dos enlaces, desarranjos e autofagias do homem (i)material e o desencanto do mundo contemporâneo.
domingo, 22 de julho de 2007
Fragmentos d´alma
De noite, amada, amarra teu coração ao meu
e que eles no sonho derrotem as trevas como um duplo tambor combatendo no bosque
contra o espesso muro das folhas molhadas.
(Pablo Neruda)
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Onde estiver, amada
Seja lá onde for anoitecer
Quero apenas que saiba
Estarei sempre junto a você!
Das desventuras amargas em soluço
Do arcabouço pálido sob a égide da intranqüilidade
Do fundo de um sótão zunido em tormentas
Quero somente a esfinge do seu terno sorriso.
Se entre trevas de poucas certezas
Caso indagassem-me se desistiria da jornada
Diria erguendo uma quixotesca flâmula:
“Estarei sempre de corpo integro no intempestivo campo de batalha!”
Não se constroem castelos ou templos
Sejam de pedras ou grãos de areia
Sem o desejo e a esperança
De acreditar e enaltecer a cousa amada.
Dos combates de vazante inverno
Mesmo sob a gélida brisa que lateja a espinha
Não se separam tão facilmente os desígnios da foice e do martelo
Não se atira argila até o último enfermo desabar.
Se a tortura da saudade desatina
Fragmentam palavras e asfixia o pulsar cardíaco
Respire fundo nutrindo-se do incipiente oxigênio existente
E apare a lágrima até a dor submergir.
Se juntos estamos e, apesar disso, fisicamente distantes
Não existem mágoas que ultrapassem os primeiros raios de Sol
Tudo são obstáculos voláteis
Tudo são olhos de saudades.
Como ser feliz em corpos separados?
Sem sentir o sumo adocicado do seu íntimo
Sem escutar a respiração leve e acalentadora
Dos seus lábios, risos e olhares em paixão.
Se a escuridão causa melancolia
Lembre-se que minhas mãos estarão sempre estendidas
Prometo-lhe acolher teus sonhos e pesadelos
E proclamar a dependência sentimental de nós dois.
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