segunda-feira, 23 de julho de 2007

Tragicomédias


Tempos modernos?
Modernidade líquida.
Sonhos fragmentados.
Auto-ajuda para todos!
Direitos diluídos.
Modernização retroconservadora.
Privatização dos espaços públicos
Socialização da pobreza
Retroalimentação da miséria.
Entre sístoles e diástoles,
Jorram os descontínuos passos das desigualdades.
Economizam nos salários,
Arrebatam lucros
Silenciam os operários,
Agora: PDI para você também!
(Programa de Demissão Incondicional.)
Fecham uma fábrica,
Inflam a Bolsa,
Especulam com a vida,
Globalização mafiosa de transeuntes contabilizando dólares,
Risco-país alto é igual a passos de bêbado,
Um zig-zag para a melhor taxa de juros,
Juros?... Juro que estão nas alturas!
Parasitismos com colarinhos brancos,
Diz o bordão da criança matreira:
“Mamãe quero ser banqueiro quando crescer!”

Minimizam custos,
Maximizam tragédias.
Famélicos apodrecem,
De Ruanda, passando por Paris a La Paz...
Paz?... Renda-se à Pax Americana!...
Apertem os cintos,
O piloto tem uma bomba.
Dois prédios se foram e o que tem mais?
Prolifera a campanha do medo,
WTC, Londres, Madri, Cairo e onde mais?
Fundamentalismos políticos em nome do Islã,
Fundamentalismos políticos em nome da América,
Deus, Maomé, Allah, Bin Laden, Saddam, Bush ou qualquer um que seja uma besta-bomba.
Ah!... Estas viúvas de Hitler que carimbam o mundo a partir de Washington...
Há uma sucursal delas em Tel Aviv.
Em Roma e Moscou possuem também seus seguidores.
Por aqui, não é diferente.
Na versão tupiniquim,
Votação direta da “raça”:
Bornhausen para a “SS” verde-amarelinha.
No campeão mundial de matadouros humanos,
Bang-bang é destaque das urnas,
Agora é lei: Tiro ao alvo é o esporte nacional.
Até no futebol, juiz é ladrão em superlativo.
Temos mensalônicos em Brasília,
Troca-troca de cadeiras partidárias, quem dá mais?
Jefferson é parido como herói nacional.
Na competição da corrupção,
Quem corrompeu menos é o mocinho.
Quem corrompeu mais é o bandido com Valério cheio.
É Beira-Mar passeando de jatinho custeado com dinheiro público.
Extra, extra é Caixa dois, três, quatro...
Estes malufinhos cujo pai não aprecia marmitex...
Alegria, alegria! Veja na TV Câmara...
Severino, o rei do “Baixo Clero” proclama para a `res publica´: “Eu voltarei!...”
E o resto é tudo modelo original.
Cafetinas alimentam seus filhos no Congresso Nacional.
Partidos menstruam partidos.
A estrela tucanada precisa de Viagra.
Corroeu-se pela direita, pela borda, pelo Delúbio.
Lula lá, brochamos aqui.

Tudo está tão sério,
Tudo está tão lamentável,
Não faltou para ninguém:
Aids,
Gripe galinácea,
Febre aftosa,
Boxes de galos,
Cachorras no rebolado,
Fleury e Bolsonaro,
E tem Zé que só vive enrolado!

No centro da cidade,
Tudo continua como sempre esteve,
Podridão regada à urina e alguns embelezamentos de fachada.
Serram com toda a população,
É camelô em guerrilha com pardais azuis,
É cacete e produto chinês para tudo que é lado.
No campo ou na cidade,
O pobre que é pobre sempre paga o pato, marreco, impostos, cobranças...
Mas sorria, espoliado assalariado!
Eis o microcrédito e poderá viver feliz com seu ingresso no sistema capitalista,
Crédito na mão e endividamento contínuo sempre de prontidão.
Já dizia um desgastado mandamento “made in Brazil”:
Felicidade no coração,
É ter um carnê das Casas Bahia na mão.

Nike, trabalho infantil, escravidão por dívidas... Fome!
Internet, Webconference, Microsoft...Fome!
Mc Donald´s, CNN, Disneylândia... Fome!
Mont Blanc, Big Brother, Daslu... Fome!
AZT, Ecsytase, telefonia móvel... Fome!
Katrina, tsunamis, Chernobyl... Fome!
OMC, transgênicos, agrobusiness... Fome!
Quanta modernidade na sociedade fundamentalista de consumo!...

Globobagens na rede,
Amores fast-food,
Á bientôt, realidade!...
Gute Nacht, esperança!
Cada um por si,
E agora? A culpa é de quem?
Da macaca que traiu o chipanzé e pariu o homem?
Até mesmo Deus tirou o seu da reta:
“Me inclua fora desta!”
Big Bang, cadê você?

Nenhum comentário: