sábado, 21 de julho de 2007

Tempus edax rerum


“O tempo é o devorador das coisas.” (Ovídio)


Toda posse além de ser um vocativo agregador
É um conceito relativo do Homem.

Toda verdade além de desmerecer a ignorância
É um conceito relativo do Tempo.

Toda felicidade além de povoar o infinito desejo
É um conceito relativo da Vida.

Toda Paixão enaltecida pelas vias românticas
É um conceito relativo do Amor.

Mas nada é mais relativo
Que o conceito conturbado de Liberdade!
O que é liberdade?
Tudo o que o nada impossibilita crer?
Sem nos cercamos com regras,
Que ditam o seu significado?
O que é liberdade?
Se o próprio conceito,
Ao mesmo tempo que define seu vocábulo
Enclausura a sua essência?

Na mesma linha de racionalismo inquiridor
Qualificar um Deus é tão relativo,
Quanto desacreditá-lo!
Nada mais relativo são os ditames da Criação!
O que diria Einstein
Da intrínseca relatividade do Tempo?
O que diria Mendel,
Do seu berçário originário da mesclagem gênita?
O que diria Marx,
Das turbulências da relação capital-trabalho?

Em toda confiança,
Existe uma disposição demasiada de solidariedade...
Em todo sonho,
Existe uma parcela de desencanto.
Em toda alegria,
Existe uma fração de lágrimas...

Em toda a Vida,
Convive com o paradigma da Morte!

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