Espaço dedicado à análise, reflexão e crítica dos enlaces, desarranjos e autofagias do homem (i)material e o desencanto do mundo contemporâneo.
terça-feira, 13 de novembro de 2007
Espelho d´água
Já não me bastavam todas as desilusões da vida,
Já não me bastavam todas as lágrimas exaltadas,
Já não me bastavam todas os esforços incompreendidos,
Sinto demasiadamente a ausência os seus olhos!
Já não me bastavam os dias em cinzas,
Já não me bastavam as noites em claridade maquiavélica,
Já não me bastava a tortura do Tempo,
Tudo significa pouco para mim!
Já não me bastavam os sonhos afogados,
Já não me bastava a cidade sem nexo,
Já não me bastavam os vórtices dos anos,
Procuro nutrir-me do reflexo de um exíguo passado!
Já não me bastava o vazio da mão estalada,
Já não me bastava o cálice refazendo sua esfinge,
Já não me bastavam os pesadelos de sua alma em chamas,
Aglutinam-se na mente todo o desconserto das horas!
Já não me bastava toda a lúdica Ciência,
Já não me bastava desconfiar das Escrituras,
Já não me bastava desafiar o impossível,
Nada é tão falso quanto a veleidade obscurecida da visão!
Já não me bastava desacreditar na verdade,
Já não me bastava desfazer os caminhos,
Já não me bastava incinerar etapas,
A miscigenação entre o Céu e o Inferno é inevitavelmente fugaz!
Um dia Você foi alívio,
Hoje apenas descreve um paradoxo:
Não sei se acreditei demasiadamente na realidade,
Não sei se menosprezei a finita panacéia felicidade...
Apenas sei,
O que antes tudo sabia a respeito do Mundo,
Não fora o bastante!...
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